“Finis Troikae”… Consummatum est!
(imagem da net)
Não sei se sei falar como devo,
nem sei se devo falar como sei. Todavia falo do que entendo, embora entenda que
há coisas que, por vezes, não devemos falar.
Sinto, na brandura da
espinal-medula portuguesa, um sinal de contínua e mantida aceitação e submissão
ao azorrague das ideias pseudo-altruistas, de ordinários pategos que se julgam
os paladinos das teorias económicas e sociais da ideal conduta de um País.
Todos enfermam de humildade e se abrilhantam de impado narcisismo e arrogância
científica. Vêem a ciscalhada no vizinho olhar, mas não afastam as trancas da
sua deformada visão.
Consegue-se, de forma
governamentalmente desenfreada e acicatada, rebelar as pessoas: público contra
privado, famílias desentendidas, reformados contra quase aposentados, num frenesi
que já evidencia ricos contra pobres e todos contra partidos e governação.
Instalou-se a teoria do caos, para que se justifique que outros venham
dizer-nos o que fazer e porque fazer, mesmo ignorando as nossas tessituras e a
alma da nossa vivência multissecular.
Longe vai o tempo em que a romana
voz disse que nesta ponta ocidental da Europa vivia um povo que não se sabia, nem deixava governar.
Parece ter chegado um tempo em que novos “romanos” se debruçam sobre a nossa
mísera conduta e governação políticas e decidem pensar por nós, sob a execrável
passividade dos nossos timoneiros e pressupostos defensores. Afinal chegou a
hora do lobo e o rebanho vai sendo dizimado perante a indiferença dos atónitos
e estupidificados pastores.
Talvez por encomenda dos nossos “minus validus” do poder, eis que surgem
as novas regras num panfleto aqui revelado.
Conclui-se, num ápice, que somos
apenas mandados e não mandantes, com uma Constituição que o não é, servindo de
papeleta retórica para discussões e tertúlias de cafés e salões televisivos,
onde proliferam os génios da nossa nomenclatura política que vão aproveitando
as páginas documentais para limpeza de suores pouco esforçados e doutras
enxúndias possíveis. Brinca-se com o fundamental e destrói-se a essência dum
povo.
Tempos houve em que os legistas
políticos construíram um caótico paiol de (i)legalidades, à dimensão das suas
ambições, sem precaverem o futuro dos seus e dos mais desprotegidos. Foi um
despautério, com aproveitamento pessoal e abandalhamento das reais necessidades
dum povo eternamente causticado. Enriquecimentos e gastos selectivos, sempre
dos mesmos e pelos mesmos, com prejuízo duma Nação. Ficaram bem calçados e cedo
descansados, também com prejuízo duma Nação. Todavia, hoje, com dedos
acusadores e escondidos atrás dos lucros obtidos, dizem que os outros é que
gastaram acima das suas possibilidades. Tão fácil arranjar bodes expiatórios,
quando se detém o poder. Tão fácil assaltar os mais frágeis e menos protegidos.
Mas é o que temos… legisladores doutros tempos, ladrões a coberto das leis que
elaboraram, a preceito, e que agora, após longo tempo de aproveitamento, vão
modificar e suspender, para disfarçarem a sustentabilidade que destruíram com
desfaçatez.
(imagem da net)
Todos os dias se questionam,
desde o iletrado ao maior académico, onde flutuam os milhões que entraram cá a
fundo perdido? Onde se encontram os milhões que andaram nas contradanças do
BPN, dos submarinos, das PPP’s, das
SWAPS, etc, etc…
Pensões? Reformas? Mas que tipo
de pensões e reformas? Baseadas em quantos anos de suor? Adulterados por
quantas duplicações de tempo incumprido? Gozadas em que períodos de vida?
Usurpadas a quem? Consequentes de que leis e de que legisladores?
Todos sabemos quem, como e
porquê. Alguns ainda se movem nos meandros da política actual e chegam ao
desplante de se armarem em néscios e até levantam dedos acusadores como se o pudessem
fazer. Justiça? Aonde está, e para quem?
Enfim, um autêntico fluir de
impunidades, de miséria e miseráveis que agora não conseguem, nem sabem como
resolver a tramóia que montaram com anos de desonestidade.
Depois de tanta destruição que
deixaram, ajoelharam perante as entidades “sigladas” e, num golpe de ignara
subserviência, dobraram a cerviz de todo um povo e exclamaram: “Consummatum est “
(imagem da net)
Entretanto, o salafrário dos
salafrários mistifica e diviniza, numa miserável entronização, não a Santa da Ladeira,
mas a Santíssima Senhora da Troika, a quem agradece, em solene litania e
enaltecido epitáfio, o “FINIS TROIKAE”, como se as coisas más acabem com
orações ou milagres ou, mesmo, quando os salafrários decretam.
Realmente estes momentos de
tragicomédia mostram que estamos entregues a uma corja de experimentalistas que
confirmam a exclamação anterior, com aditivo prévio: estamos fritos, o mal
“consummatum est”!
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