A moral e o mural, versus 107 deputados

Há moral e mural. A primeira, feminina, é um valor a respeitar, a segunda, masculina é um choque a evitar.
A recente maldade feita na Assembleia da República por vários chicos-espertos, nossos pseudo-representantes, levaram a falta de quorum para algumas votações. Virtualmente lá estiveram, pois assinaram, mas na realidade houve cento e sete (107), que pertencem ao grupo dos que se espetaram no mural da imoralidade. Enfim, creio que até será, para alguns, compreensível o cansaço de tanto falar, ouvir e levantar os braços, pois a teatralidade é coisa de poucas horas, e moralmente será tarefa de actores profissionais e noutros palcos que não a A. R.
Bem vistas as coisas, nesse dia de tempo da Ressurreição, pairava no ar um suave aroma a férias apetecidas, mas muitas vezes imerecidas. Eram já tantos os portugueses lançados por essas autoestradas, rumo a dias de descanso, que não seria nada inoportuno, mesmo sem os deveres cumpridos, os deputados desta riquíssima e opulenta Nação, ainda que só restasse uma minoria de castigo no hemiciclo (às tantas mereciam-no...), zarparem mundo fora para as tão merecidas e "fidalgas" férias de Páscoa. É claro que nem todos foram mundo fora, mas de cento e sete, quantos cá terão ficado e em que paraísos, mesmo cá, se deleitaram? Responda quem souber... mas, o primeiro dentre vós, críticos, que não tenha já cometido igual pecado, lance a primeira farpa. Temos que pensar bem, pois há moral e o mural em que muitos se espetam... Aliás, nisto de moralidade, com ou sem sentido de estado, os que mais farpas lançam são, muitas vezes os que mais chocam no mural.
Continuo a dizer que embora poucas vezes me pronuncie, e pouco valor as minhas mensagens tenham, eu sou o verdadeiro S. Francisco dos Deputados: não sou remunerado, não preciso levantar a mão, nem gritar, não falto à chamada nem assino virtualmente o ponto (menos pelo punho dos colegas imitadores de assinaturas...havê-los-á?..), além de que não avilto a moral, nem abalo o mural! Mas não sou um verdadeiro santo...porque não sou político carreirista.

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