País estúpido...leis estúpidas...interesses mesquinhos

Vivemos num país estúpido, desde longa data regido por governos estúpidos, ou, pelo menos, eivados de uma estupidez voluntária ou não, cobarde ou não. Muita falta de coragem para grandes reformas, a doer mais aos grandes que aos pequenos.

Acho que até haverá alguns elementos governamentais não estupidamente estúpidos, mas interesseiramente estupidificados por razões óbvias que poderão passar pelo correctamente político, ou pela total ausência de coragem para as grandes mudanças, mesmo que estas provoquem um “atentado” social aos senhores do capital. Ainda não se terão apercebido que este país, alta e politicamente estupidificado, só tem avançado no sentido incorrecto, rumo à autodestruição e a um terceiro-mundismo anacrónico e fora das fronteiras do desejável.

Já não dispomos de dinheiros em quantidade suficiente para sustentabilidade da Segurança Social, pelo menos daqui a poucas dezenas de anos. E porquê?

Primeiramente porque somos um povo estúpido que gasta "à tripa forra" quando tem muito e até quando tem pouco dinheiro, mesmo tendo que se endividar e recorrer ao ancestral hábito do “prego”, já hoje em desuso, face a tantas ofertas de crédito mafioso e inconsciente. O consumismo da maioria não se compadece com a destruição dos valores pessoais e familiares, levando à destruição das pessoas, dos lares e ao comprometimento do futuro dos filhos...é um autêntico suicidário nacional para os ambiciosos e economicamente incapazes. Quanto aos ricos e protegidos pelos sucessivos e estúpidos sistemas de governação, esses não se compadecem com a miséria e necessidade de sobrevivência dos que nunca foram protegidos e muitas vezes até foram desprezados, esquecidos e vilipendiados...enfim políticas de favorecimento e compadrio que neste país se transformaram em sistema institucionalizado. Sim, porque o sistema de má gestão e distribuição de riqueza é a verdadeira causa do descalabro geral da nossa economia, pois onde há portugueses no estrangeiro, bem governados, estas vergonhas não sucedem, e temos como gratificante exemplo o do Luxemburgo. Convém verificar-se e analisar donde parte a má gestão, e não me venham dizer que os pobres não sabem é gerir a côdea que lhe pagam! Isso seria o ridículo da classe política e seus comparsas.

Lembram-se quando entravam em Portugal diariamente cerca de um milhão e duzentos mil euros? Era Primeiro-Ministro o actual senhor Presidente da República e o Dr. Mário Soares ocupava este último cargo? Pois é, meus caros amigos, vendo tanta “nota” à borla, decidiram, em conluio com os miseráveis deputados da Assembleia da República, aprovar legislação que lhes concedesse (só a políticos!...) as ignominiosas “subvenções de reforma” que seriam atribuídas logo que tivessem apenas oito anos de mandato, mesmo que este fosse péssimo, improdutivo e de múltiplas mordomias. Não interessava a idade, pois até os mais jovens usufruíram destas subvenções, que hoje serão milhares e para indivíduos em idade ainda produtiva, alguns anos abaixo dos agora exigidos 65 anos. Trabalharam (se é que de trabalho se trata aquilo que muitos fizeram) pouco tempo, produziram não se sabe o quê, fizeram descontos mais curtos e se pagaram esses descontos para as duplicações de tempo de serviço que não cumpriram, fizeram-no a preços mais baixos do que teriam que pagar naqueles anos futuros contabilizados e concedidos à borla (sem trabalho efectivo). Quem cumpriu mandato político de dez anos teve mais dez anos de contagem de tempo de serviço, mas descontou para esses futuros dez anos valores actuais, pois no futuro haveriam de pagar algo mais. Enfim, isto é um roubo aos cofres da Segurança Social, se ainda lhes adicionarmos as reformas de trabalho e até as funções actuais em mandatos políticos como deputados, membros de Governo, de autarquias, de empresas de Estado, etc. Basta ter o “tal cartão” ou ser amiguinho da “seita”, com ou sem provas evidentes de eficiência... preciso é não ter escrúpulos, repito, escrúpulos.

Vejam bem se pode haver sustentabilidade da Segurança Social no futuro, com tantos a comer “reformas” dobradas, triplicadas, quadruplicadas...etc., coisa que hoje, muitos da mesma idade e até mais velhos suam diariamente e pagam para comparticipar “super-reformas” a tantos parasitas. Mas a saga dos que ainda lá estão no "poleiro" vai passar por estes valores inflacionados, e, para muitos deles até já vieram, em Diário de República, publicados esses “direitos” adquiridos...é de rir! Só os que futuramente entrarem nas actividades políticas não terão tais subvenções ou duplicações de tempo de serviço, mas outras mordomias e “prendinhas” aparecerão...a ver vamos.
Este é um dos pontos onde critico a falta de coragem do Governo do Eng.º Sócrates, pois ao povo e à maioria dos funcionários públicos (com prejuízo dos que menos ganham) acabou por abolir alguns direitos adquiridos, menos caros que os dos políticos militantes.

Sabem, sou mais um dos que acreditam que para tanta ineficácia governativa bastava menos gente na política...e de boa qualidade, mesmo que melhor paga, mas que melhorasse a vida dos portugueses. O povo está a ficar farto de se sentir explorado e rumar em direcção à cauda da Europa...

E uma vez que falamos de perdas de direitos adquiridos, porque razão trabalhadores já reformados com idade pouco acima dos 50 anos e muito abaixo dos 65 anos não são obrigados a retomar os seus lugares, já que não foram reformados por incapacidade? É que há uma grande maioria dentro do seu escalão etário, também funcionários como eles que tiveram a “infelicidade” de não terem direito (entenda-se lá porquê) à tal “reforminha” antecipada, e muitos até para serem reformados usaram de uma manha legal e quase desconhecida da maioria dos colegas trabalhadores: compraram tempo de serviço! Veja-se o ridículo dum País estupidificado por políticos estúpidos...compra de anos de serviço virtual! E a que preço?...Às tantas por tuta e meia. Será que houve disto noutros países europeus?...

E já que falamos de reformas porque razão os reformados, que obviamente não são funcionários no activo, recebem subsídio de férias, vulgo 14º mês? Não sou globalmente contra, pois acho que os que recebem baixas reformas (pelo menos iguais ou inferiores a 400 euros (no contexto actual), deveriam ter esse bónus, acoplado ou não ao 13º mês, mas acima de tudo que lhe retirassem o nome de "subsídio de férias". É nome insensato e quiçá ridículo...férias têm-nas todos os dias e alguns ainda não as mereciam!

Nesta linha de pensamento gostaria de saber que rombo nos fundos da sustentabilidade da Segurança Social provoca o somatório de todas essas reformas elevadas que mais acima descrevi? Tantos indivíduos, em fase produtiva, que auferem 14 meses de ordenado gordinho, quando o ano somente tem 12 meses. Basta ver o site da Caixa Geral de Aposentações (www.cga.pt) e lá se vêem, nos últimos tempos, centenas e centenas de novas reformas que vão dos >2500 a cerca de 5000 euros. Se forem verificar as idades das reformas correlacionadas com estes valores, irão verificar que a maioria dos beneficiados terão menos de 65 anos.

Claro que quem trabalhou e descontou tem pleno direito à sua reforma, indiscutivelmente, mas aqui estou a censurar aqueles que se aproveitaram de benesses dum sistema de segurança social estereotipado, elaborado por políticos estúpidos e oportunistas, que entendem que só alguns devam perder direitos adquiridos. Defendo que quem já usufrui desses direitos os deverá também ver reduzidos, atendendo à sua idade, caso contrário continuamos a ser um País indecente, sem qualquer ética ou princípios de conduta social uniformizada. Ou isto é que é a tal Democracia que tanto apregoam? Reformas do sistema sim...são bem vindas e pecaram por tardias, mas convém haver maior aquidade e justiça no que se está a processar. Existe uma coisa chamada faseamento...e todos deverão usufruir, a menos que estejam doentes, dos mesmos direitos, adquiridos por boas ou más leis.

Não me importo que me chamem nomes feios, mas aos burros deve-se tratá-los pelo seu verdadeiro nome e aos gatunos e oportunistas por favor não lhes adocem o nome...sejam realistas, pois besta há-de ser sempre besta, por muito que seja educada e amestrada.

Comentários

Gostei bastante do seu blogue a que cheguei pela visita e comentário qu deixou na eira Do Portugal Profundo. Parabéns pela coragem de escrever! Continue.

Linkarei o seu blogue na próxima actualização da minha casa.

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