Sócrates e os poderes

(imagem da net)

Depois de algumas hesitações e pruridos neuronais, lembrei-me de comentar os últimos acontecimentos que já preencheram ouvidos de milhões e páginas descomedidas.

Tenho verificado que há neste momento um autêntico acossamento ao Primeiro-Ministro, quer por parte da Oposição, quer de alguns empresários e jornalistas. Nada que antes não se tenha já verificado, mas nuns moldes algo mais moderados.

No que concerne à Oposição, nota-se que a sua maioria global, num autêntico farrapo policromático, mas indiviso, tenta alcandorar-se ao vértice da pirâmide governativa, procurando gerir o que cabe a um Governo eleito por sufrágio e veredicto nacional. Rasa a náusea, tanto despudor e busca de protagonismo, que até os ódios de esquerda se unem e fortalecem as angústias e falhanços duma direita em estertor agónico. Os interesses do conjunto anti-socrático, visam simplesmente esmagar o homem que, apesar de algo ditador e arrogante, não se deixa intimidar e lá vai esgrimindo com as suas opiniões e decisões. Claro que perde algumas contendas nesta luta desigual, mas num tom mais ou menos ameaçador, vai contendo os arremessos daquela miscelânea de adversários.

Quando ouço Portas no hemiciclo, chego a pensar que o verdadeiro Primeiro-Ministro será ele, tal a postura, cinismo e também arrogância com que pretende impor-se ao Governo eleito.

Um pouco mais à esquerda, já nos habituámos às ideias e discursos com teias de aranha que mais parecem discos de vinil arranhados pela força do uso.

Uma coisa se nota, para a Oposição contam muito mais os seus interesses e orgulho, que o bem estar dum Povo eternamente sacrificado por políticos de dúbia e muito fraca qualidade. Mete dó vê-los papaguear autênticos psitacismos sem substracto, mas convictos que são os melhores políticos deste País em decadência. Continuo a defender que urge convidar formadores estrangeiros, dos países mais florescentes, para ministrar ensinamentos de boa arte de governar à grande maioria dos dirigentes partidários e políticos que por aí pululam, elegendo-se uns aos outros por questões de amizade, compadrio e interesses económicos.

Sabemos que os interesses económicos são o motor de toda a governação. Os poderes político e económico vivem numa simbiose que quase sempre, face à debilidade dos intervenientes, se transforma num parasitismo avassalador e desconcertante. Dirigente político que mexa nos interesses dos empresários, para os desfavorecer um pouco que seja, acaba por ser ameaçado, ultrajado e até destruido. Contudo, o medo gera entendimento entre as partes, pelo que quem sofre é sempre o Povo, esse tambor das birras políticas e empresariais. Tudo quanto der lucro deverá ser gerido por privados, preferencialmente grandes empresários, mas esse lucro só deverá ser partilhado por aqueles e pelos homens do poder político. Depois...é o que se vê, um mundo capitalista em auto-destruição. Mas, quem tem o dinheiro sempre se governa, pelo que deverá, mais uma vez ser o Povo a pagar as crises de desgoverno global.

Tem-se assistido, também, nos últimos dias, à hipervalorização de acontecimentos que, pressupostamente, envolveram o Governo, a PT, a Media Capital e a TVI- O caso parece-me estranho se tivermos em conta que já, no Governo anterior, houve desmentidos e várias declarações dos intervenientes. Contudo prevalecem ainda dúvidas sob escutas que já nos parecem ser encomendadas com fins de incriminar alguém.

Notava-se, havia muito tempo, que na TVI a jornalista Moura Guedes, esposa do director da mesma TVI, se dedicava a espicaçar o Primeiro-Ministro e o Governo, com autênticas notícias manipuladas a seu gosto e feitio, quer para criar audiências, quer para irritar os visados. Além das notícias enviesadas, procurava, de imediato, fazer ali um julgamento popularucho sem contraditório, de forma a manipular os telespectadores. Mais uma vez os "media" tentavam ser, eles próprios, o verdadeiro e maior poder do País ao sobreporem-se ao Governo eleito democraticamente. A ambição mantém-se agora, e já vemos o referido casal a exigir a destituição do Primeiro-Ministro, parecendo que em Portugal não existem Tribunais, nem locais ou pessoas próprias para o fazer. Será que se pode conceder aos jornalistas tamanho poder de governação, deixando as instituições à margem da lei, ou vai-se permitir que alguns jornalistas trabalhem como autênticos fora-de lei, a soldo, sabe-se lá de que empresários ou interesses?



Felizmente que ainda existem muitos jornalistas isentos e sem pretensões e atitudes tendenciosas.

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