Derrubem-se os falsos deuses...

(imagem da net)

Degrau a degrau, é urgente buscar a felicidade nos interstícios da neblina estelar, num oásis de mansidão, onde possamos esquecer os estertores agónicos dum caótico mundo em progressiva degradação. 

O homem, num atávico gesto de destruição, continua obcecado pelo suicídio colectivo, abstraindo-se da pulsatilidade vital que o envolve. O poder e a sua inabilidade colocam-no numa obsoleta redoma de indiferença e narcisismo egocêntrico. 

Almejando a notoriedade, o prestígio, em suma, o Poder, subjuga os incautos e ineptos, até que suas ossadas calcinadas e remexidas se transformem em riqueza mineral. Não importa se a poalha calcada e recalcada é feita de sombras, penumbra ou mesmo de verdadeira carne para canhão.

Todos poderemos ser vítimas da nossa indiferença perante os abutres que rejubilam de tanta insensatez. Em cada golpe de asa, esses filhos de um bestiário ignominioso, apoderam-se de tudo e de todos, como se ninguém os observasse ou importasse.

Desde um ontem de impotência, até um amanhã de necessária luta, teremos, hoje, que arreganhar os dentes e exibir as garras, para que os predadores sintam que não enfrentam quixotescos moinhos, com velas rasgadas por desmazelo de acção.

Subamos, com a graciosidade das deusas, degrau a degrau, rumo ao Olimpo da nossa libertação, antes que, os que se auto-intitulam de deuses, nos roubem o fogo que Prometeu nos destinou.


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