Estavas tão bem caladinha, Ana ...


(publicado noutro blogue do autor)


Ana Gomes coloca hoje Paulo Portas numa situação que não corresponde totalmente ao que porventura ele desejaria. No mesmo plano de Dominique Strauss-Kahn (DSK) do FMI, actualmente a aguardar julgamento nos EEUU.
Creio que apenas a comparação comportamental e situação internacional extrapola o razoável. Paulo Portas até gostaria de ter um protagonismo (essencialmente pela positiva), igual ao de DSK, mas ainda bem que não tem, senão Passos Coelho seria seu súbdito e não o que na realidade sucede. No entanto, todos sabemos que PP tem bastantes telhados de vidro dentro da nossa política nacional. Não basta falar dos submarinos, caso ainda em Tribunal, nem da contribuição do seu preço para a excessiva dívida portuguesa. Hoje mesmo se fala das “provas recebidas há algumas semanas das autoridades alemãs, que indiciam o pagamento de ‘luvas’ a militares e políticos portugueses, que em 2004 (no Governo PSD-CDS, de Durão Barroso e Paulo Portas) decidiram adjudicar a compra de dois submarinos ao consórcio GSC”.
É facto que se trata de um “caso de polícia”, mas o homem poderá ter agido de boa fé, sem intuitos comprometedores, mas apenas para sobrevalorizar o seu protagonismo político. Desconheço se ganhou riqueza pessoal com tal negócio.
Aliás nota-se que Portas apresenta excessivo brilho nos olhos e um fácies eufórico e delirante quando lhe concedem o poder para as mãos. Há quem chame prestígio a tal poder que se recebe, mas para mim o prestígio reside na honestidade e correcção do cumprimento da actividade política que nos é colocada nas mãos.
Todos se lembram ainda da suspeita em relação a facturas falsas na Cooperativa Dinensino no processo da Universidade Moderna. Ficou tudo esclarecido? Talvez sim…talvez não.
Brincando com letras, creio, apesar de tudo que PP não irá estragar a salada ao PPC, pois este último C faz a diferença, referindo que está por Cima de PP.
Achei estranho que Cavaco, após afastamento de Sócrates do elenco do PS, não tenha proposto ao PPC uma coligação mais forte com o PS sem Sócrates. Afinal os socialistas já não tinham o suposto “veneno” e tinham conhecimento de muitos dossiers do Governo. Sempre não teriam que recomeçar em vários sectores, mas dar continuidade e aperfeiçoar determinados itens. Claro que iriam ter a guerra de Paulo Portas que até “já sabia” que seria o único a ter assento no Governo com a vitória do PSD (e quiçá se fosse o PS a força mais votada).
Obviamente Passos Coelho (tal como Cavaco) não pretenderia ter como colaboradores aqueles que ele e seus seguidores sempre consideraram os maiores causadores do “buraco negro” nacional.
Nada a censurar, mas terão mesmo razão? O buraco não começou a ser cavado mesmo por Cavaco? Tanto dinheirinho mal gasto no seu reinado e seguintes! Tanta criação de mordomias políticas! Tanta traição a um pobre povo que sempre esperou vir a ter melhor vida no futuro e apenas ganhou uma mão cheia de nada e outra de dívidas que não contraiu.
Vamos lá ver que tipo de governação vai fazer a refeita sociedade PSD/CDS-PP, e se vai reduzir o enorme peso da máquina governativa e dos gestores “políticos”, bem como a luta anti-corrupção. Se o fizerem passarão a merecer continuidade no poder e a gratidão do povo.
Pois é Ana, estavas tão bem caladinha e com certeza eu também… mas parece que gostamos de provocar (debates).

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