Pobres e Ricos...a indiferença
(imagem da net)
Fiquei
deveras sensibilizado com o sentido de justiça social de José Mujica,
descrito neste artigo de Anselmo Borges, no DN de 20/10/12:
«A gente nem quer acreditar, quando lê, em
Isabel Gómez Acebo e no Courier International, o exemplo impressionante do
presidente do Uruguai, José Mujica. Após a eleição, continua a viver na sua
pequena casa, numa zona da classe média, nos arredores de Montevideu. Tem um
salário de 12500 dólares mensais, mas dá 90%, vivendo com 1250 (que lhe basta,
pois muitos concidadãos vivem com menos). A mulher, a senadora Lucía
Topolansky, também dá a maior parte do seu salário. Como transporte oficial
utiliza um Chevrolet Corsa. Durante o Inverno, a residência oficial servirá de
abrigo aos sem tecto. Mandou vender a residência de Verão do presidente, e o
resultado da venda destina-se, entre outros usos, à construção de uma escola
agrária para jovens sem posses.
Na
reunião do Rio+20, pronunciou um discurso especial. Aconselhou a uma mudança de
vida, pois foi para sermos felizes que viemos ao mundo. Ora, na sociedade
actual, vivemos completamente obcecados com o consumismo: trabalhamos para
consumir sempre mais... tendo de pedir empréstimos que temos de devolver, e
esquecemo-nos da felicidade. É este o destino da vida humana? Terminou,
estimulando à luta pela conservação do meio ambiente, porque "é o primeiro
elemento que contribui para a felicidade"».
(imagem da net)
Aqui, e
não só, o filme é irrealista e impensável. Já imaginaram os nossos políticos,
incluindo os milionariamente reformados, tomarem uma atitude similar? Para já
não falarmos dos excelentíssimos e diamantinamente reformados ex-gestores do
sector bancário, como esse “desgraçado” do Jardim Gonçalves que, num mês,
aufere valores vertiginosamente anómalos para um País que se encontra a cair de
miserável, o nosso POOR-TUGAL=(POBRE-TUGAL), parafraseando “The
Economist” (vide http://www.economist.com/news/europe/21564902-yet-another-austerity-budget-raises-concerns-about-future-growth ). Cerca de 170.000 euros por mês, é um escândalo! Este
dinheiro mina, aceleradamente, a sustentabilidade da segurança social, pois já
não são os fundos da banca que lhe pagam a pensão, nem sequer qualquer
instituição privada. Para estes espécimes é que o Estado deveria falir, ou
então deveria haver uma forma de os eliminar, para se evitarem os incomportáveis
saques. Já não me espanta a indiferença e tolerância do poder político, perante
estes casos, pois além doutros, que têm semelhantes pensões, estes políticos
querem pertencer ao mesmo clube diamantino. Por isso pretendem, com a máxima
rapidez, privatizar as empresas públicas, para se candidatarem a gestores
privados… adivinha-se.
Sei que
já muito se falou de gorduras e sua lipólise, no entanto parece que o besunto
não derrete, neste País, escandalosamente heterogéneo na sua contextura “física”,
com dismorfias em excesso. Os políticos dizem que já pouco resta de massa gorda
para cortar. O povo, numerosamente mais relevante, afirma e grita que as
gorduras estão por cortar, apesar de muitas outras, ocultas em locais
inacessíveis.
Fala-se
de milhares de automóveis estatais que deveriam, pura e simplesmente ser
eliminados em tudo que é instituição ao serviço do Estado, desde autarquias,
ministérios, fundações, empresas públicas, etc. Não consumiriam combustível nem
oficina e não gastariam condutores, com imobilidade de 70% a 80% do seu dia de
serviço; não pagariam seguradoras nem IUC. Desconheço quanto se pouparia num ano,
mas evitar-se-ia aumento de alguns impostos ou cortes de ordenados e pensões.
Reduzir
e tabelar, com justiça e equidade social, o valor de remunerações da cambada de
gestores e pseudo-gestores. Quantos milhões não se poupariam. Para quê tanta
canzoada nas múltiplas gestões de empresas estatais? Há que eliminar a maioria
dos adjuntos e não executivos, reduzindo-os ao mínimo necessário, para uma boa
e eficiente gestão. Sei que “os amigos” e “boys” dos partidos são muitos, mas o
povo é quantitativamente mais e com maiores necessidades.
Porque
se demora a retirar aos políticos e aos partidos as vergonhosas “subvenções”.
Deveria ser retirado esse valor a quem o recebe por ter exercido um acto
político que deveria ser de pura cidadania. Nada de prémios vitalícios
imerecidos e atribuídos por míseros anos de exercício. Uma vergonha! Para os
partidos, nem mais um cêntimo de “subvenções”. É um roubo ao povo e o Estado não
deveria subsidiá-los.
Sei que
isto é demasiado repetitivo e badalado, mas acredito que os políticos, cada vez
mais, têm necessidade que lhes zurzam os ouvidos e até muito mais que isso…mas
a lei é dura!
Acabarei
apenas com uma observação altamente evidente: a paz interina que o Governo vive,
não é tão sadia quanto pretendem fazer transparecer. É uma PAZ PODRE! Cairá de
putrefacta.
Comentários
Só espero que ele não pague com a vida, a bondade e a honestidade.
Não podemos trocá-lo pelo Cavaco?
Maria
Realmente nos tempos de hoje é difícil encontrar políticos fora do bestiário universal. A maioria não possui sensibilidade social nem sentido ético. Este é um verdadeiro achado, pelo que deverá temer pela sua segurança, não vá aparecer qualquer pau-mandado que o elimine.
Sem sombra de dúvidas que o importaria, para colocar no lugar do sempre ausente "facebookista" Aníbal.
Muita saúde, para si e para os seus.
dbo.