O défice...esse monstro ciclópico

"Há o momento para que o país conheça a verdade e há o momento depois para acção, porque a acção só se pode basear na dimensão do problema. Vamos esperar pelo resultado e depois falaremos», disse, em Varsóvia, José Sócrates.


Tudo isto a propósito da valiosíssima descoberta constanciana, no nosso século XXI, após pesquisas gisadas ao longo de vários e aturados anos no Banco de Portugal, que o défice é CICLÓPICO e esteve tão oculto e disfarçado nestes últimos tempos.Poderá até ser verdade, mas há já muito tempo que eu ouvia comentários de cegos, e outros debilitados visuais, referindo que até a sua deficiência lhes permitia ver o móbil da recente descoberta de doutas gentes, dissolvidas em solutos governamentais. Acredito que, se não estivessem diluídos no meio político, em autêntica simbiose com os Grã-Comedores do Reino, até ignorassem esse Ciclópico défice, no entanto, acho que mesmo alguém hipnotizado não vai ficar sempre entorpecido, estuporoso, ausente da realidade.Ora, como agora se vê, a olho nu, a magnitude do BURACO, e todos passam a falar dele, a mandar palpites sobre etiologia e terapêutica, achei por bem emitir o meu acérrimo palpite.
"Penso de que...", conforme outras opiniões mais futebolísticas, afinal o mal do défice começou no pós-Descobertas. Não se espantem, pois conversas antigas, na oficina do meu pai, alfaiate de aldeia, já me diziam: "olha, rapaz, Portugal é um País que vive apenas de aparências e vaidade! Primeiro descobriram Mundos e foram grandes e ricos. Depois, embevecidos na vaidade de tamanha grandeza viraram gastadores compulsivos, enquanto os outros países se apoderavam das riquezas por nós conquistadas. Vivíamos do fausto e esquecíamo-nos que tínhamos um Império para gerir. Apenas construíamos palácios, monumentos, estátuas, enfim, um sem número de emblemas de pedra para perpetuarmos a nossa grandeza! Enquanto isto sucedia, a Europa crescia economicamente e nós íamos perdendo território (com ou sem mapas cor-de-rosa) e nem sequer ensinávamos os colonizados a falar a nossa língua. Apenas os escravizávamos, para podermos descansar à sombra das palmeiras e bananeiras, enquanto eles produziam o pouco que nos bastasse. Enfim, acomodámo-nos e perdemos pau e bola..."Participei, ainda adolescente em muitas destas aulas de história, e hoje vejo que mantemos a apatia ali descrita...acomodámo-nos e deixamos os maus gestores acabar com o resto do nosso tesouro, além de os deixarmos esbanjar as ofertas e auxílios monetários da UE. Para onde foi tanto dinheiro que nos deram com intuito de evoluirmos economica e socialmente? Quem gastou e em quê esses dinheiros? Todos sabemos que foram os maus gestores políticos dos últimos 15 a 20 anos, que nem sabem sequer como tal sucedeu, e agora, em alternância de poder, vão acusando uns aos outros, sem contemplações.A Administração Central, com os ordenados chorudos dos políticos, boys e correligionários, com as mordomias, subvenções, logística aparatosa de serviços megalómanos, continua a gastar a maior fatia do Orçamento da Função Pública, e não se prevê que essas despesas sejam sustidas ou diminuídas. É muito bom para eles tanta regalia, mas não pensam que quem lá os pôs também de lá os tira.
É chegada a hora do GRITO DO IPIRANGA lusitano: Acabem-se com as mordomias dos políticos e sua camarilha. Abaixo as subvenções chorudas. Abaixo os carros de luxo dos políticos e gestores do sistema. ABAIXO A MISÉRIA SOCIAL DOS PORTUGUESES.

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